terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Há um filósofo na 1ª Liga


No futebol há dois tipos de treinadores: os que tem formação académica e conseguem ter um discurso mais ou menos aceitável nas conferências de imprensa, e os provenientes do futebol, jogadores medianos que decidam partilhar o que aprenderam com a nova geração. Quando estes últimos decidam falrr de bolal, usam o calão ou futebolês, articulam mal as palavras, no fundo, são uns broncos em português.

Na 1ª Liga, há um técnico com formação distinta destes todos. Falo-vos de Manuel Machado, mister da Briosa, que percorreu o Minho, de Moreira de Cónegos (grande época) ao berço da Nação. No Vitória minhoto, após uma primeira volta desastrosa e quando soube que no final da época teria de procurar outra "colectividade", Manuel, de Machado em punho, levou os homens da Cidade-berço a conquista de pontos por este Portugal fora, onde havia equipas militantes da Liga maior, qual D. Afonso Henriques, até atingir um honroso 4º lugar e respectiva UEFA.

Rui Alves, engenheiro de profissão, presidente de ocasião, viu neste filósofo com cara de morsa, o cubano ideal para comandar as tropas nacionais da Madeira, rumo a Europa do futebol.

Machado, com meia equipa a cheirar a picanha e a caipirinha, cumpriu: Nacional na UEFA, e quase imbatibildiade na Choupana.

Machado é diferente. Se tivesse feito uma época à Luis Campos, teria ficado na Madeira. Mas ganhou asas e poisou em Coimbra, para leccionar a cadeira de Filosofoa do futebol. Encomendou os manuais, perdão, jogadores necessários e prometeu elevar o nome da Académica aos ouvidos da UEFA. Luta neste momento para não defrontar o Moreirense e o Vitória de Guimaraões na próxima época, colectividades que já representou.

Machado é e sempre foi diferente. Nunca reclamou treinar um grande, nunca assentou arraiais nas colectividades que levou a UEFA. E nunca cortou o bigode, como vários treinadores que tem vindo a separar-se desse adorno tão português, tão lusitano, tão...latino.

Machado tem um trato diferente. Que ninguém se meta com ele! Porque é derrotado na hora. Se não for em campo, será na conferência de imprensa. Se não for na sala de imprensa, será outro dia qualquer, quando lhe aparecer um repórter a frente.

Machado amigo, vai em frente. O Mourinho há-de pedirt-e os teus apontamentos. É só cortares o bigode para que sejas reconhecido como treinador de futebol.

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