segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

Produção de estupidez em quantidades industriais: a ignorância ilimitada.


Eto ´o ameaçou sair do campo , no encontro que opôs o Barça o Saragoça, depois do adeptos locais terem atirado insultos racistas contra o avançado camaronês. A atitude de sair do campo talvez não seja a melhor, mas sempre se faz alguma coisa, em vez de condenar nos jornais e não fazer mais nada.
Há uns meses atrás foi a vez de Zorro, atleta da Lazio de Roma ameaçar fazer o mesmo, quando os adeptos da equipa adversária dirigiram-lhe insultos do mesmo teor.
Há quem acha que o ordenado que os jogadores auferem é suficiente para que eles não liguem aos insultos racistas de que são vítimas. Não é uma questão de dinheiro mas sim de orgulho. O dinheiro não compra tudo.
A UEFA e a FIFA , em conjunto com as federações nacionais, deviam, há muito tempo, procurar minimizar o problema. Não só com t-shirts a dizer "Não ao racismo" mas sim com acções concretas: uma vigilância mais apertada nos estádios, uma maior colaboração com as autoridades, devia afastar parte desses ingorantes, de vez, dos estádios de futebol. O futebol não coaduna com a estupidez. E não me venham dizer que os jogadores não devem ligar a essas provocações, que são pagos para jogarem a bola. Como já disse, não é uma questão de dinheiro. É uma questão de respeito.

Fuga para a glória ...ou o diferente sentir da pátria...


Nélson, lateral direito do Benfica, caboverdiano desde pequenino, acaba de ser chamado para representar a selecção portuguesa de sub 21, depois de concluido o seu processo de nacionalidade. É mais um jogador caboverdiano ou de origem caboverdiana que rejeita a selecção crioula em detrimento de outra. Os caboverdianos já estão habituados. É uma opção que se comprende, dadas as diferenças de visibilidade que as selecções europeias dão, quando comparadas com as africanas de Cabo Verde. Mas Eto ´o , Essiem, Drogba e outros não pensam assim e tem orgulho em representar as selecções nacionais, mesmo que isto as vezes lhe custa muito. São diferentes formas de sentir o hino nacional.
Há uma lista enorme de jogadores, muitos deles jovens, que se optassem pela selecção caboverdiana, se sentissem o pulsar do coração nos ecos do hino nacional, teríamos uma selecção de futebol capaz de bater com as melhores de África e teríamos maiores legitimidades de sonhar. Se Nani e Varela do Sporting, Manuel Fernandes e Nelson do Benfica, Rolando e Pelé do Belenenses, Furtado do CSKA Sofia (ex- FC Porto), para não falar de outros, optassem pela selecção crioula, teríamos legitmidades para sonhar com uma CAN ou quiçá, um Mundial. Nos casos de Manuel Fernandes, Nani, Varela e Pelé, comprende-se a opção. Nani nasceu em Cabo verde mas veio para Portugal quando tinha seis anos. Manuel Fernandes e Varela são filhos de caboverdianos mas nasceram em terras lusas. Mas Nélson e Rolando só vieram para Portugal já quase adultos, Rolando com 15 e Nélson com 16 anos. Mas o povo caboverdiano está habituado a ver os seus sonhos serem levados pela Lestada, pelo vento do deserto do Sahara, engolidos pela fúria do mar que nos circunda. E a ambição do caboverdiano, aliado a sua sede de sucessos, leva-o a procurar no estrangeiro, a glória inalcansável nas ilhas. Faz parte da própria natureza do caboverdiano. A emigração é parte integrante da realidade crioula e ninguém contesta a opção pelos mares além do Monte Cara.

Ainda em primeiro...


O FC Porto deixou passar a hipótese de alargar a vantagem para 11 pontos sobre o velho rival da Luz ao perder em casa deste por 1-0. Não foi um jogo bonito, principalmente na 1ª parte onde, até ao golo do Benfica, nenhuma das equipas tinha mostrado querer ou "saber" para pender os pratos da balança a seu favor. Na 2ª parte as coisas inverteram-se. Com o FC Porto em desvantagem, partiu a procura do empate, sem no entanto ter sido sublime na sua procura. Os alas da equipa acordaram tarde, tanto Ivanildo como Quaresma, que só na 2ª parte já mostraram um pouco daquilo que se esperava deles.
O Benfica foi mais feliz. Marcou, num erro individual do guarda-redes, criou mais duas oportunidades para marcar e ficou por aí. O FC Porto poderia ter empatado logo a seguir ao golo do adversário por Benny mas o sul-africano não acertou como deve ser na bola. Na 2ª parte Lucho cabeçou por cima quando tinha tudo para marcar. Ainda na 2ª parte, Lisandro no 2º poste, rematou contra o corpo de Luisao. Ainda na 2ª parte, quase no final, Benny, outra vez, a rodar mas a rematar para fora. Os jornais dizem que o Benfica teve mais oportunidades que o Porto.
O Benfica ainda se queixou de um penalty que o árbitro entendeu não assinalar. Aceitava-se que assinalasse, assim como aceita-se que não tenha marcado, até porque os jogadores envolvidos estavam quase de braços dados. Mas alguns benfiquistas têm uma análise diferente.
O árbitro, sem ter tido influência no tesultado, acabou por condicionar o espírito de alguns jogadores, como foi Quaresma. Muito bem admoestado com o amarelo numa entrada sobre Léo, o portista, cada vez que era derrubado por um adversário, lá tinha Nuno Gomes, Petit e Simão sobre o árbitro, a pedir o segundo amarelo para o mágico dos dragões. Parece que este trio tem imunidade nos Estádio da Luz. Petit aos 9 minutos, arrancou pela raíz Raúl Meireles, o árbitro aconselhou calma. E foi assim o jogo todo, a aconselhar calma aos jogadores do Benfica, até se decidir pelos amarelos ao Petit e ao Simão. O Nuno Gomes lá saiu ileso, depois de tanto pedir...Enfim, são pormenores.
Ainda estamos a frente da classificação, com dois pontos de vantagem sobre o 2º .
Ainda vamos a frente...o campeonato não se ganha em dois jogos. Ganha-se nos 34 jogos, com mais derrotas e mais empates e mais vitórias. O que conta é quem estará na frente no final. Aí fazemos a contas...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

"Espero que Gerard jogue em Liverpoll...para não dizerem que eliminámos o campeão da Europa sem o seu capitão"


Não, essas palavras não são minhas. São do avançado do Benfica, Nuno Gomes e são o espelho fiel da moral que a vitória sobre o Liverpool na passada terça-feira,veio dar aos jogadores do Benfica. Antes do jogo e depois de 3 derrotas em 4 jogos para o campeonato, já não valiam nada e eram os piores do Mundo. E de repente, voltaram a ser os maiores. É assim a tribo do futebol.
A vitória veio numa boa altura para o grupo comandado por Koemam, exactamente na semana de poder reduzir para cinco pontos a desvantagem para com o líder do campeonato, no clássico de Domingo diante do FC Porto.
As vitórias dão sempre moral ao grupo e quando são conseguidas frente a grandes adversários, o nível de confiança dispara. E nessas alturas os jogadores constumam dizer coisas que mais tarde podem vir a arrependerem-se. Espero que não seja o caso. Todos os que viram a partida sabem que o Benfica não fez um jogo para ai além. O Liverpool tinha o jogo controlado, o Benfica não criava oportunidades de golo, assim como os ingleses, e o resultado 0-0 era o que mais interessava a Rafa Benitez. Mas deu-se mal com esta estratégia, já que Luisão a 6 minutos do fim premiou o querer (mas não o saber) do Benfica num resultado diferente.
Na segunda mão, no inferno de Anfield Road e já com Gerard em campo e talvez Peter Chrouch lá a frente, vamos ver até quando o Benfica aguentará.
O resultado na Luz pode até ser enganador, face ao poderio do adversário. Mas o "bandelete" não pensa assim. É moral que dá vencer o campeão europeu.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Papagaios???Mas quais papagaios???


O director desportivo do Benfica, José Veiga, ex Presidente da casa do FC Porto no Luxemburgo, sócio do FC Porto e do Benfica (deve ser o único que consegue ter dois corações) não falava para a comunicação desde a semana que antecedeu o derby de Lisboa, que como sabem, terminou com a derrota do Benfica e um banho de bola do Sporting. Antes disso o homem não se calava. Dizia que o Benfica ia ser campeão, que o Pinto da Costa e os portistas estavam com medo do Benfica e tal e quê. O homem não se calava. Pois depois disso, fechou o bico.Entretanto nesse periodo o Benfica perdeu com o Leiria por 3-1, com o Guimarães por 2-0 e pelo meio goleou o condenado Penafiel na Luz por 4-0 e está a oito pontos da liderança, assumida pelo, FC Porto.
Na semana que antecede clássico com o Porto,onde os da Luz podem ficar a cinco ou a onze ou na mesma, a oito pontos do líder, o Benfica tinha pela frente um jogo muito importante com Liverpool. Fui lá ver o jogo.Não foi um grande espectáculo de futebol. O estádiom estava cheio, ambiente prometia mas oportunidades de golo rarearam. Ganharam por 1-0, sem no entanto terem sido sublimes, já que o adversário veio jogar na expectativa e quase que conseguia o resultado que queria.
Pois, depois da vitória contra os campeões europeus, o sr Veiga ganhou pio e já veio dizer que Domingo é para vencer o FC Porto e que não lhe passa pela cabeça outro resultado senão a vitória. Ainda bem que pensa assim.
A vitória contra o Liverpool teve o condão de dar pio aos papagaios que até então se mantinham calados.
Vamos lá ver se não acontece aquilo que aconteceu no ano passado em que o sr Veiga insultou o sr Pinto da Costa e a sua acompanhante.
Vamos lá ver se não haverá mas DVD´s para o sr Ministro.
Os bons dirigentes aparecem nas derrotas e nas vitórias...

terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

A fobia da gripe das aves


A gripe das aves está a deixar muita gente preocupada, alguns até malucos.
Ontem um pato encontrato morto em Espanha entrou na agenda dos media internacionais e o alarme foi accionado.
As pessoas têm comprado cada vez menos frango (o Ricardo há muito que não sofre um golo), e o negócio das aves tem vindo a decrescer. Em Portugal, números do Governo apontam para uma queda de 30% a compra de carne de aves. A carne dos galináceos é um bem substituto perfeito, logo, não havendo carne de aves, há de porco, de vaca, que assim dispara. É uma lei básica na economia.
Eu também estou preocupado. Hipocondríaco e maníaco como sou, fiquei preocuopado quando ontem, a caminho de casa, lá pelos lados de Cais Sodré, encontrei um pombo sem dois dedos, a andar ao pé coxinho e com um olho tapado, meio combalido, parecia bêbado ou drogado. Devo Chamar a Direcção Geral de Saúde?Devo começar a ir do Terreiro do Paço para o Cais Sodré de autocarro?E assim esperar 10/15 minutos porm um autocarro que faz a viagem em 2 minutos? Ou devo continuar a ir a pé e contemplar o Tejo, ao longo de 1o minutos, que é quanto dura aviagem?Aguardo resposta.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Arrepiante!!!


No passado sábado, no berço da nação lusitana, deu-se uma manifestação de fé, de crença. Em Guimarães, os adeptos do Vitória local acompanharam o autocarro da equipa de futebol desde o hotel onde estavam hospedados os jogadores até ao Estádio, num apoio incansável a equipa.
Contagiado pelo apoio da massa adepta e tirando maior proveitos das condições do terreno, o Guimarães deu mais um passo rumo a fuga a descida. A sorte, que tantas vezes lhe virou as costas, desta vez redimiu-se e os dois golos marcados ao Benfica provaram-no.
O Benfica, por sua vez, afastou-se mais do líder e em apenas quatro jogos perdeu nove pontos. O resultado não veio na melhor altura, já que amanhã os vermelhos de Lisboa recebem os reds de Liverpool para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Ao contrário do Benfica, o Liverpool vem de uma vitória moralizadora frente ao Manchester United, o que pode dificultar ainda mais a vida aos comandados de Koeman.
Vai ser jogo crucial para os benfiquistas, na semana em que recebem o FC Porto.
Como portista, vou torcer por uma não vitória do Benfica. Como adepto de futebol, vou torcer por um bom espectáculo de futebol, por muitos golos e por um resultado positivo para Portugal. Não me crucifiquem. Sou assim, não vou mudar da noite para o dia, não vou ser hipócrita e dizer, como adepto do FC Porto, torço pelo Benfica. Sou honesto.
Boa sorte para os benfiquistas.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

O boicote ao Irão


A Federação Iraniana de Futebl está com dificuldades em encontrar adversários para jogarem com a seleccção nacional de futebol, antes do Mundial na Alemanha. Percebe-se esse "boicote" ocidental ao Irão, numa altura em que o seu Presidente, Ahmadinejad, declarou que programa nuclear é para continuar e que apoiará a Venezuela (outro "anti-américa") no seu programa nuclear, caso seja solicitada ajuda por parte dos latinos. E percebe-se a escolha do futebol para demonstrar o desagrado para com as infracções do Irão às normas do organismo que rege a energia atómica. Os meios político-diplomáticos não estão a surtir efeito para fazer o presidente mudar de ideias e as suas recentes declarações, a juntar a polémica a volta dos cartoons sobre Maomé, são uma entrave a uma boa preparação da equipa ao Muindial. Até agora apenas a Costa Rica aceitou fazer um amigável com o Irão e até ao Mundial, será muito dificil arranjar adversáros a altura.
Perante este cenário só resta ao Irão fazer os seus amigáveis ( os que conseguir arranjar) fora das fronteiras, longe do seu povo, longe dos 90 mil iranianaos que apoiam a seleccção quando ela joga no Estádio Nacional. Vai ser uma preparação atribulada e os meios diplomáticos terão de mostrar toda a sua mestria para dar volta "as declarações do Presidente", dando uma imagem diferente do Irão, uma nação pacifista, tolerante...vão ter que correr muito...não vai ser nada fácil.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

O Negócio do futebol


A FIFA estima-se que todo o negócio envolvendo o futebol, movimenta, por ano, cerca de 250.000.000.000 de dólares (duzentos e cinquenta mil milhões de dólares), o que dá a FIFA o título de organização que mais factura no mundo, muito mais do que as "máquinas de fazer dinheiro", como a General Motors, a Exxon, a Wall Mart entre outras.
É muito dinheiro, se tivermos em conta que os custos da FIFA estão muito longe dos proveitos que consegue arrecadar todos os anos.
A entrada das televisões no negócio da bola tem impulsionado e muito a entrada de dinheiro nos cofres do organismo máximo do futebol e a luta pelos direitos desportivos, pela exclusividade dos eventos por parte das cadeias de televisão tem feito disparar as ofertas de aquisição, o que explica em parte os números anunciados.
Cada vez mais as televisões dão-se conta da paixão do público pelo espectáculo do futebol, modalidade que carrega, e bem, o rótulo de desporto-rei, cuja paixão atravessa as fronteiras físicas mas também idealistas e para não dizer, religiosas. DoDjibuti ao Cantão, da Nicarágua ao Tagiquistão, da Nova Zelândia as Ilhas Faroé, o futebol faz mover multidões, a paixão clubista estravassa o espço físico fronteiriço, a crença religiosa e pode mesmo servir para lançar a paz no mundo, como defendeu há dias o Rei Pelé e como se viu recentemente quando um país africano em guerra- a Costa do Marfim- parou o conflito para acompanhar a sua selecção num dos eventos organizados sob o selo da FIFA- nesse caso a CAN.
Com lucros exorbitantes, já era tempo de o organismo pormover a modalidade nos países onde ela se encontra ainda numa fase mais atrasada tanto a nível de estruturas como de recursos humanos.
A criação de estruturas em países onde os recursos humanos abundam, como o caso dos países africanos e latinos, os mais pobres do mundo, podia contribuir para um melhor aproveitamento dos talentos escondidos por esse mundo fora. Mas também a troca de Know-How entre os países onde haja diferencial de desenvlvimento da modalidade podia ajudar a disfarçar melhor a diferenca Norte-Sul, Centro e Periferia. Isso se a vontade humana prevalecer sobre os interesses de terceiros...

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Sou sócio nº 034984 do "Movimento V.Guimarães na 1ª"


O V. Guimarães era apontado no início da época como um dos candidatos a um lugar nas provas da UEFA. Para tal, tinha contratado jogadores com nome no mercado, a equipa estava na Taça UEFA, tinha um treinador ambicioso e que já tinha sido campeão nacional ao serviço de um clube pequeno. Ambicionava-se uma época em grande lá pelos lados do Minho. Mas nada disso aconteceu. A equipa eclipsou-se, foi perdendo jogos que, teoricamente, eram fáceis face a adversários com menor orçamento. Na Taça UEFA, fez jogos brilhantes mas continuava a faltar-lhe os golos que acompanhassem a exibição. Face aos sucessivos desaires na Liga e o último lugar no Grupo em que esteve na Taça UEFA e, consequente afastamento prematuro da prova, não restou outra alternativa ao presidente, senão despedir Jaime Pacheco do cargo de treinador da equipa. Acabava de escrever a crónica de uma morte anunciada. Jaime Pacheco sempre foi conotado como um treinador que incutia o jogo duro nos seus pupilos e como tal, o V.Guimarães ganhou essa conotação de equipa caceteira, o que não corresponde a verdade. É uma equipa com jogadores acima da média no meio-campo e no ataque mas a sua defesa não está, nem de perto nem de longe, ao alcance dos homens do meio campo para a frente.
Demasiados erros individuais atiraram o Guimarães para o penúltimo lugar da tabela da Liga e neste momento a equipa luta para não descer de divisão, o que a acontecer, seria uma pena. Pena porque é um histórico do futrebol português, pena porque quero ver o Dário, o Neca, o Benachour, o Saganowski e o Wesley a jogarem no campeonato principal de futebol em Portugal. Pena porque, depois dos três grandes, é o clube que mais adeptos consegue cativar a ir ao estádio ver a equipa. Neste momento há um movimento que prima pela permanência da equipa na Liga e eu faço aprte deste movimento.
Por tudo isso, digo "Guimarães na primeira, já!!!"
Espero que Vitor Pontes consiga pelo menos isso, a permanêcnia. É o mínimo que se lhe peça.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

José Mourinho versus João Querido Manha


O número 92 da revista Record Dez do sábado passado traz uma análise da tática do 3-5-2 ou se preferirmos, do 3-3-4 de Adriaanse no FC Porto, por parte de Querido Manha e Mourinho. O 1º, é comentador de futebol na TVI e colunista na mencionada revista e o 2º é o actual campeão inglês de futebol, líder destacado da prova e três vezes consecutivo melhor treinador do mundo, vencedro da Taça UEFA e da Liga dos Campeões pelo FC Porto.
João Querido Manha classifica a tática dos 3 defesas de Adriaanse como "uma organização pseudo-avançada", um "estratagema para conceder a primazuia do controlo de jogo ao adversário e tentar inflingir-lhe uma golpada á traição", chamando-lhe de tática "menos espectcular do futebol moderno". Depois do que viu no Dragão na 2ª feira passada, deve ter englido estas palavras em seco.
Mourinho diz que não é uma tática para todos e que só as grandes equipas, com grandes jogadores e treinados por grandes técnicos detalhistas o podem fazer. E isto porque é uma tática que requer que se defenda " os 70 metros de largura com 3 homens, pressionar altíssimo para não dar espaço ao adversário que saia com a bola controlada, não a perder nos dois primeiros terços do terreno". Mourinho só o usou em os periodos "durante os quais procura uma rotura de ritmos e posicionamentos" arriscando, em busca de um resultado favorável. E Mourinho defende Adriaanse e diz que jogar com esse sistema tem um "problema enorme se o adversário optar por utilizar jogadores abertos nas alas e, assim, obrigar a um aumento das distâncias entre os defensores, tornando muito dificil a cobertura e criando espaços de penetração para os médios em situação de transição, explorando assim as deficiências do sistema".
Querido Manha, que nunca treinou ninguém nem nunca deve ter jogado futebol, pensa que é uma tática que não potencia " a fluidez nas trocas de bola", onde se "finge jogar ao ataque" mas que "por falta de laterais ofensivos, acaba por se transformar numa teia de meio-campo, paralizada e paralisante". Pergunto: Terá ele visto o jogo FC Porto-Sp Braga?Penso que não. E Querido Manha faz uma análise estatística (mais uma) dos treinadores da Liga que já usaram a tática. Só que ele confunde três centrais mais dois laterais com o 3-5-2 usado por Adriaanse contra o Braga por exemplo. Ele diz que esta época o Toni do E. Amadora já usou esta tática em Alvalade. Só se ele estivesse louco. Usou sim um sistema com 5 defesas, 3 centrais mais dois laterais com mais poderes de subida no terreno em virtude de estarem cobertos por 3 centrais.
Deixo aqui um pedido ao Manha: vá estudar táticas e depois venha cá fazer comparações. Se não sabe discernir um 3-5-2 de um 5-2-3 ou de um 5-3-2, nada se pode fazer. Comparar a tática do 3-5-2 do treinador do FC Porto com um 5-2-3 de outros treinadores da Liga que usam esta tática quando jogam com os grandes é um erro sem perdão. E logo o Manha que diz perceber de futebol.
O jogo do FC Porto contra o Sp. Braga deve ter deixado o Manha a pensar melhor nas suas explicações. Ou a engolir as suas palavras. E a explicação do Mourinho talvez lhe aclara as ideias e o faz pensar melhor quando quiser falar de táticas de futebol.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

Isto ainda acontece???


Os jogadores da Nigéria, depois de serem afastados da final da CAN 2006, viram os seus bens roubados no hotel onde estão hospedados. É preciso ter muito azar. Os gatunos levaram tudo o que havia à mão, desde dinheiro, telemóveis e outros bens fáceis de transportar.
Outro roubo e ainda mais gigantesco aconteceu em pleno relvado. Ontem, depois do Senegal apanhar-se em desvantagem pela segunda vez, saiu a procura do golo e ia conseguindo, não fosse o árbitro fazer vista grossa a um penalty sobre um jogador senegalês. Faltou-lhe cojones e bom senso e foi muito caseiro.
Mas o pior tinha acontecido minutos antes. Mido foi substituido e não gostou. Não queria sair, mas lá acabou por abandonar o relvado, depois de um bate-bocas muito feito com o seleccionador, que começou em pleno relvado e arrastou-se na pista de tartam. E só não chegaram a vias de facto porque o veterano Hassan não deixou. Mido chamou burro ao treinador, por ele tira-lo do campo no minuto a seguir deve ter engolido em seco, quando viu o seu substituto marcar o golo da vitória. Ainda lá foi festejar o golo a pedido do seleccionador, mas de nada lhe valeu. Hoje foi suspenso por seis meses. Bem feito! Para não se armar em prima donna. Estúpido mesmo!!!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Expliquem lá isso, Srs. Cartaxanas (Rui e João)

O Sr Rui Cartaxana, figura de prova do jornalismo desportivo português, tem manisfestado nos últimos tempos, um anti-portismo, ou melhor, uma azia a tudo o que diz respeito ao Porto, que me tem diexado preocupado. Pergunto se ele, na sua coluna"Provedor dos leitores" onde ele escolhe uma das cartas que recebe, como sendo a "Carta da semana" ou então com a "Foice seara alheia".
É que de há uns dias para cá que o homem só fala no FC Porto. Pergunto, não haverá neste país outras questões mais preocupantes na tribo do futebol que não sejam só as dos dragões? Para Cartaxana não. E passo a explicar. No "Provedor de leitores" de 2ª feira dia 30 de Janeiro, ele aborda a questão da dimensão dos clubes mas na "Carta da semana" escolhe uma que fala do FC Porto e da guerra entre a direcção do clube e a claque Super Dragões. Nada de anormal na abordagem. A mesma coluna mas no dia 6 de Fevereiro volta a falar na questão das claques, mais propriamente sobre os Superdragões, aludindo ele que as claques tem tanto poder hoje em dia como os próprios dirigentes. E vai mais longe. Afirma ele que as claques de hoje em dia servem para negociatas dos seus lideres e para insultos e violência nos estádios. Concordo com a segunda parte da questão.
Para não bastar há outro Cartaxana, o João, que também não perde tempo em atirar-se ao Porto. Deve ser de família. Na sua pequena coluna "Prolongamento da jornada", aborda hoje a tática de Adriaanse contra o Braga e as suas opções técnicas. E diz ele que Adriaanse errou ao fazer entrar Bruno Alves. Errou porquê? Por querer segurar avantagem? Por querer ele estancar o jogo aéreo do Braga que ness altura estava a jogar com dois ponta-de-lanças, muito fortes no jogo aéreo e muito altos? Por querer responder com quatro defesas aos quatro atacantes do Braga, que já estavam com dois homens na área do Porto e ainda dois extremos muito bons e a cruzar bolas para a área? Devia el baixar o Assunção, com os seus 1,77 metros, para marcar o Kim, com 1,90 metros? E se sofresse um golo do Kim, marcado de cabeça, num lance com Paulo Assunção? Culpariam Adriaanse por não ter medito um outro central para fazer frente ao jogo pelo ar do Braga. Mas tinham que encontrar um defeito nas suas opções. É sempre assim. Tem que haver um defeito. O FC Porto não ganhou por manifestas incapacidade dos jogadores na zona de finalização e porque o Paulo Santos fez uma exibição enorme, evitando o golo do Porto por várias vezes.
A culpa é sempre do treinador quando não se ganha. E quando se ganha, a culpa é do génio do jogador.
Estes jornalistas quando apanhados numa onda de criticar, inventam tudo e mais alguma coisa para ir na onda do momento e criticar quem está a se-lo. Há sempre um motivo: opções técnicas, métodos de treino, palavras, gestos, tudo vale.
O exemplo é o Koeman que há coisa de uma semana era o maior e em apeans sete dias passou de bestial a besta e já houve quem falassem em crise na Luz? Crise? Mas qual crise? Porque crise?Não percebo estes gajos.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

Eleições Presidenciais em Cabo Verde


Um amigo meu, muito patriota, falava sobre as eleições presidenciais em Cabo Verde e expressava receios legítimos de quem vê as coisas de fora, de quem conhece um pouco a realidade política de Cabo Verde.
Eu também partilho desse medo. E porquê o medo? Porque concorrem dois candidatos, um apoiado pelo partido vencedor das últimas eleições legislativas e actual Presidente da República, Pedro Pires, e outro apoiado pelo partido da oposição, principal derrotado nas eleições legislativas de Janeiro, cujo presidente é um incendiário, com manias de perseguição, e que não perde uma única oportunidade para lançar a instabilidade política no arquipélago.
Carlos Veiga, apoiado pelo Movimento Para a Democracia, ex-Primeiro-ministro e derrotado nas últimas eleições presidenciais por poucos votos, quer a vingança pela derrota de há 4 anos atrás. E tem boas possibilidades de vencer. O medo que grassa na alma dos caboverdianos é o mesmo que atacou Portugal quando se deu conta que Cavano Silva podia vencer as eleições, o que veio a suceder. O facto de o Presidente eleito e apoiado pelo partido da oposição, poder entrar em clivagens com o Governo e desencader uma crise política, leva muitas pessoas a questionar a forma de Governo e se é saidável que haja um Governo e um Presidente commorigens distintas.
Eu penso que não. Carlos Veiga tem maturidade suficiente e tino mais do que necessário para não o fazer, a bem do crescimento do país e para o seu próprio bem, já que isso serviria para limpar um pouco a sua imagem, afectada pela forma como saiu do cargo de Primeiro Ministro e pela forma como geriu a privatização de algumas empresas em Cabo Verde. Os tempos são outros e Agostinho deve moderar as suas palavras, para que o partido que dirige tenha resultados diferentes nas próximas eleições legislativas.

Sábado de futebol: que overdose!!!

Sábado passado apanhei com uma overdose de futebol que até andava na rua com os tiques de adepto nervoso, chutando no ar bolas imaginárias. Comecei com uma entrada escaldante, Tunisia-Nigéria, que após 120 minutos e só dois golos, lá tivemos de assistir aos penalties, com uma pequena vingancezinha da Nigéria. Logo a seguir, assisti a um Arsenal pouco carregado e um Henry supersónico, igual a si próprio, a mostrar aos miúdis que Wenger meteu no campo, como se faz.
A seguir a ementa principal da tarde, marisco, servida com um Camarões-Costa do Marfim. Frente-a-frente, Eto ´o e Drogba, e aqui o Rei Artur podia vingar o afastamento do Mundial e deixar-nos uma meia final da CAN sem mundialistas. Mas qual quê: depois de 120 minutos de futebol, com muita emoção a mistura e com os golos a surgirem apenas no prolongamento, fomos aos penalties. E aqui é que foi: ao cabo da primeira série em que os onze jogadores de cada lado marcaram os respectivos penalties, inclusivé os guarda-redes, fomos a uma nova série. E aqui Drogba levou a melhor sobre Eto´oinho, que atirou para o ar a esperança de uma vingança e o amainar da frustração de ter ficado de fora do Mundial. Coitado do Artur Jorge! Anda a ser traido por penalties. Grande desportivismo no final, com alguns dos jogadores da Costa do Marfim a consolarem Eto ´o, num fair play tocante.
Seguiu-se como sobremesa o Sporting-Nacional, pobre, parecia uma mouse de chocolate mal feita, com apenas um golo, mas suficiente para Paulo Bento dizer presente na chamada aos candidatos ao título. Ainda lá fui levando com alguns resumos, em doses de Moscatel com amendoins ou Bohemia com tremoços, para depois dar uma machadada final na fome com um U. Leiria-Benfica, com quatro golos e muita emoção até ao final do encontro.
No final soltei um valente arroto, sinal de que a bola estava a ser bem digerida. Sábados destes é que é...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

Bruno Paixão: a antipatia do apito.


Bruno Paixão voltou a ser nomeado, desta vez pela Liga, para apitar o FC Porto-Braga. O mesmo Bruno Paixão que, há coisa de um mês, apitou o Naval-FC Porto, assinalando duas grandes penalidades inexistentes. E para piorar as coisas, admoestou Adriaanse por ter dito num lance "isto é falta" e Álvaro Magalhães, por ter dito " é fora de jogo". Ambos cairam nas pesadas mãos do Conselho de Disciplina da FPF e levaram 15 dias de suspesão por estas palavras.
O FC Porto recorreu do castigo a tempo,mas a decisão só foi tomada depois de Adriaanse ter cumprido o castigo e, mesmo assim, o Conselho de Disciplina não retirou um ponto da sua anterior decisão. Estes senhores continuam a brincar com o futebol. As suas decisões anedóticas só conseguem arrancar gargalhadas os índios da tribo do futebol, porque qualquer comentário que se possa fazer, por mais pejorativo que seja, soa a elogio para com estes senhores.
O Adriaanse que se ponha a pau: sempre que o Paixão passar perto do banco do FC Porto, o treinador holandês deve suster a respiração, sob pena de vir a apanhar meses de suspensão por se atrever a poluir o ar com dióxido de carbono. E já nem digo dizer alguma coisa articulada...ai seria deportado para a sua terra.

Taças das Nações Africanas


Desde o dia 20 de Janeiro que o Egipto nos fornece espectáculos de futebol puro, um futebol quase natural, diria, onde todos atacam e todos defendam, cada acção a seu tempo, não importando o resultado do jogo no momento, apenas o espectáculo e o prazer de jogar.
Tem sido sobretudo uma CAN surpreendente, para alguns, onde tem imperado as grandes seleccções cuja maior parte ou a totalidade dos jogadores actuam nos principais palcos europeus.
A Nigéria, uma selecção toda ela remodelada onde impera a juventude, mostra que tem jogadores capazes de ombrear com os maiores do mundo e que em 2010 poderão fazer muito no Mundial na África do Sul.
Os Camarões, orientados por Artur Jorge, estão bem comandados com o irreverente Eto´o, melhor marcador da Liga Espanhola, um dos melhores avançados do mundo. A Tunísia, campeã em título tem mostrado bom futebol, muito próximo do europeu. O Egipto, a jogar em casa, tem uma palavra a dizer e um público sedoso de títulos, cujo fanatismo chega a ser preocupante para os própruios jogadores que sabem que não podem falhar em casa.
O Congo, treinado por Claude Le Roy, conhecido como o feiticeiro branco, surpreendeu no grupo dos mundialistas Angola e Togo que desiludiram ao não conseguirem a passagem aos quartos-de-final, mas pior do que isso, ao apresentarem um futebol pobre para quem estará no Mundial da Alemanha. Outra desilusão foi a África do Sul que acabou por ser a única selecção que não marcou nenhum golo. O seleccionador dos bafana bafana apostou num lote de jovens sem experiência competitiva e pagou caro por isso.
É pena que nem os Camarões nem a Nigéria estejam no Mundial. O futebol africano vai sentir a falta desses colossos de África.
Hoje no primeiro jogo dos 4ºs de final o Senegal bateu a surpreendente Guiné Conacri por 3-2, num jogo empolgante com cinco golos e incerteza no resultado até ao apito final.
Curioso o facto de todos os treinadores franceses conseguirem levar as suas equipas aos quartos-de-final.