Deco e Ronaldinho, Ronaldinho e Deco...num campo perto de si...ou na TV.
Ver Ronaldinho e Deco a actuarem, faz-nos esquecer os clubismos e amar o futebol, nú e crú, como foi inventado. Sem facções, sem fanatismo, sem tomar partido de este ou daquele clube. Faz-nos mais fanáticos do futebol, mais viciados, mais doentes pela "redondinha". Parece que os dois combinem os números após os treinos do Barcelona (não acredito que o Rijkaard e os outros parem só para ver os dois...talvez até párem...afinal também são amantes do futebol) para depois deliciar plateias inteiras, do topo norte ao sul, da central à tribuna, dos camarotes ao público no acochego do sofá. Com eles o futebol ganha asas, liberta-se das correntes tácticas e rigor de resultados, desloca-se ao passado e ganha alma de criança a brincar com a bola, ao pôr-do-sol, na praia de Copacabana. São cabritos, cuecas, vazelina, calcinha, caneta, toques de calcanhar, fintas que deixam o adversário nervoso e impontente, que humilham e que diginificam o rei dos desportos. Com eles, a bola é escrava submissa de uma peça de teatro infindável e inacabada, capaz de regenerar a si prórpia, um teatro homeostásico. Com eles a bola ganha o brilho perdido nos pés de arruaceiros que só sabem partir pernas, tíbias e perónios.
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