Violência...uma pedra na bota do futebol

Depois do empate com o Rio Ave e desperdiçada a possibilidade de dilatar a vantagem para o 2º lugar, Co Adriaanse ouviu das boas ainda no Estádio dos Arcos, depois de uma exibição pobre da sua equipa e do nulo no encontro. O holandês apostou num sistema de 3-4-3 do qual só tinha usado no início da temporada e mesmo com muitos jogadores de cariz ofensiva, não conseguiu qualquer golo. Há jogadores que não merecem a camisola que vestem e não sabem o que é ser jogador do FC Porto.

Os adeptos já não nutriam grande simpatia para com Adriaanse e o empate acabou por precipitar as coisas. Alguns adeptos do FC Porto seguiram o autocarro da equipa e, já no Olival, atacaram o carro do treinador do FC Porto que viveu momentos de terror e deve ter temido pela vida, quando um bando de 20/25 jagunços, pessoas irracionais, covardes, levaram ao extremo o seu portismo. Devo dizer que quem mostra a sua clubite assim, não deve ser considerado adepto. Adepto apoia quando se ganha e quando se perde, quando se joga bem e quando se joga mal, critica quando tem que criticar, mas ao chegar ao insulto e a ameaça covarde dos responsáveis pelas derrotas ou pelos maus jogos, deixa de ser adepto e passa a criminoso.

Sempre defendi Adriaanse, por ser um treinador que aposta num futebol bonito, de ataque, de espectáculo. Por ser um treinador que colocou as equipas por onde passou a praticar bom futebol, a conseguir boas classificações, mesmo sendo equipas pouco conhecidas como o Willem II, AZ Alkmaar. Precisa de tempo no FC Porto mas a verdade é que já não há tempo para mudanças drásticas.

Apesar da protecção do Presidente, Adriaanse tem a vida cada vez mais complicada no Dragão e só as vitórias e as boas exibições poderão acalmar os ânimos dos adeptos mais fervorosos e devolver-lhe alguma dignidade. Só o título pode amainar a contestação dos adeptos. Mas a violêcnia de que foi vítima no passado domingo depois do jogo com o Rio Ave é coisa que não se faz, é reprovável e os culpados devem ser punidos exemplarmente.

A Direccção do Clube deve acabar de vez com os apoios as claques já que estes não tem feito outra coisa senão espalhar o terror e promover a desunião e a instabilidade dentro do plantel.

Estamos fartos de andar com pedras nas chuteiras de futebol...

Ainda o "derby" de sábado...

O Sporting venceu o derby de sábado frente ao Benfica e relançou a sua corrida ao título. Venceu contra todas as expectativas e apostas, contra todas as previsões feitas pelos "fazedores de opinião", pelos diários desportivos, pelos comentadores. E venceu bem: o Benfica não criou nenhuma oportunida de golo (estranho, numa equipa recheada de talentos na frente de ataque), ao contrário do rival da 2ª circular, que podia ter humilhado os velhos rivais da Luz.

No final do jogo Koeman reconheceu a superiodade do Sporting (foi bonito vê-lo e ouvi-lo a dizer aquilo, o que demonstra muito bom senso e fair-play), enquanto que dos dirigentes, não se ouvur nada (acabou a fita ao papagaio).

O resultado não foi tão surpreendente para mim. O Benfica até então não tinha feito exibições de encher o olho. A equipa vinha oscilando boas exibições com prestações menos convicentes, tinha ganho sete jogos consecutivos mas alguns deles pela margem mínima. E mesmo depois de reforçar a equipa, os jogos que ganhou foram feitas com exibições nada convicentes, quando se compara o plantel do Benfica com os dos seus adversários. Quem me surpreendeu, e muito, foi o Sporting, que demonstrou uma calma enorme, uma frieza na abordagem do jogo, anulando os pontos fortes do adversário, mas acima de tudo, mostrando grande concentração, leitura e gestão do jogo. E mesmo apanhado na situação de desvantagem, ciente de que o adversário nada tinha feito até então para merecer aquela estar na frente do marcador, partiu para a frente e do alto, lá soltou o seu rugido para cima da águia, acabando por vencer por 3-1, com Liedson a resolver mais uma vez.

No Benfica falhou aquilo que vinha falhando há muito mas que os resultados vinham escondendo: o Nélson a jogar a defesa esquerdo não rende tanto como no lado contrário, o Alcides apenas vinha disfarçando as suas fragilidades naquela posição de defesa direito, uma vez que até então não tinha apanhado pela frente nenhum adversário capaz de lhe provocar os estragos que o levezinho provocou. E a leitura do jogo de Koeman não foi o melhor (aqui é sempre subjectivo qualquer leitura, uma vez que as substituições feitas não resultaram como queria, logo para os analistas errou nas mexidas se tivesse ganho o jogo, já a opinião teria sido diferente...é a lei das vitórias).

Mas nem por isso o Benfica pode atirar a toalha ao chã: o líder do campeonato não se tem exibido ao seu melhor nível e os recentes jogos só mostram que haverá campeonato até ao fim, uma reedição daquilo que aconteceu na época passada.

Vamos ver se o Sporting é capaz de manter o nível exibicional, já na próxima jornada frente a um concorrente, Nacional da Madeira...

Houve feed back...boa!!!

O meu post, anterior a este, teve um comentário do Sr Manuel Mouro. O homem estava uma fera por não ter gostado nada daquilo que escrevi. O Sr em causa acusa-me de falta de isenção (é capaz de ter razão, o meu portismo, mas acima de tudo, o meu sentido de verdade pode ter influenciado a minha escrita), de falta de faculdades sensoriais e de deambular no escuro. Disse que errei no caso do José Fonte porque ele já tinha rescindido com o Setúbal, no exercício do seu direitio, pois já não recebia há muito tempo. Então pergunto: porque o Benfica, sabendo que Fonte tinha rescindido com o Setúbal, decidiu meter o clube sadino na proposta apresentada a Fonte para assinar, dando aos homens do Sado uma quantia em dinheiro pelo central? Estariam eles a dar alguma espécie de esmola?

O Sr Manuel pergunta: que mal tem em emprestar dois jogadores a um clube?Respondo: não há mal nenhum, apenas lancei a pergunta pelo facto de haver muitas coincidências nas contratações do Benfica que podem levar qualquer um, sem ser portista ou sportinguista ou benfiquista, a questionar o timing em que elas foram feitas. Porque anunciar a cedência por empréstimo de dois atletas ao clube com quem se vai jogar a seguir???Quero apostar que não há nada de errado nisso. Mas convenhamos que não deixa de levantar um pouco de suspeita. Se fosse o Porto a faze-lo, toda a gente estaria a comentar o facto. Mas como é o Benfica...

Mais a frente o Sr Manuel Mouro fala de um tema polémico no futebol português: os empréstimos. Eu também defendo que os jogadores não devem ser impedidos de jogar a não ser que hajam irregularidads na sua inscrição. Mas é muito subjectivo defender isso já que o empréstimo em si, levanta questões nada fáceis de responder. Uma delas tem a ver com a entidade que paga os salários ao jogador. Se for o clube que emprestou a pagar a totalidade dos salários, não faz sentido que esse mesmo jogador, prejudique, embora que de forma lícita, o patrão. Se o salário é pago a meias com o clube que recebeu de empréstimo do jogador, defendo que ele deve jogar pelo menos 45 minutos. Caso seja o clube que beneficiou do empréstimo a pagar a totalidade dos salários, então aqui não se deve colocar nenhum entrave a utilização do atleta. Mas este é um tema que levanta questões que já deviam estar solucionados pela entidade competente na matéria. Mas não o fez e não o faz. A entidade Liga de Clubes delicia-se a cobrar aos jogadores dinheiro pelos amarelos, a aplicar castigos ridículos, e a ter regras estúpidas que em nada dignifiquem a modalidade. E a regra de aplicar castigos a quem impede a utilização de jogadores emprestados é fácil de contornar, como fez o FC Porto ( eu NÃO DEFENDO EM SITUAÇÃO ALGUMA essas artimanhas de dar a volta ao texto jurídico, ao artigo em si) no caso do Maciel.

Ainda respondendo ao Sr Manuel Mouro quanto ao caso Baía, para mim o Hélton já devia estar na baliza do FC Porto. Mas como tanto ele como o Baía dão as mesmas garantias, que sentido faz em manter o atleta que cometeu um erro primário num jogo, quando no banco se tem outro de igual valor? Errou, vai para o banco e vem o outro. Se este errar, troca-se pelo outro. Não se pode comparar a Ricardo porque este recebeu votos de confiança depois de errar e não colaborou: continuou a errar mas olhando para o banco lá estava Nélson e Tiago. E nenhum deles dá as garantias que o Ricardo dá. O Ricardo estava numa má fase.Precisava de reflectir, de sair, até porque não estava a ter o apoio necessário da massa adepta.

Quanto as táticas de Adriaanse, eu também não concordo com elas as vezes, principalmente quando joga no 3-3-4 ou quando joga sem o trinco que funciona como pêndulo da equipa. Mas ele é que sabe e ele é que treina a equipa, tem as suas ideias e tem um plantel jovem com jogadores com pouca experiência competitiva. E no Porto os adeptos não estão habituados a perder ou a ver a equipa jogar mal. Daí o descontetameto de alguns adeptos, o que se comprende. Mas se o Porto está assim tão mau, como é que o Sr explica que ele esteja no 1o lugar do campeonato com 3 pontos de diferênca em relação ao 2o classificado???

Sou portista mas não sou louco.Também sei reconhecer quando as coisas estão mal...Vamos aguardar para ver o que nos reserva as próximas jornadas...

E obrigado pelo comentário, Sr Manuel Mouro.

Qual vai ser o jogador do Sporting a contratar pelo SLB???

Nos últimos jogos do Benfica para o campeonato, temos assistido a algo, no mínimo, curioso. Essas curiosidades tem a ver com as contratações que o clube da 2ª circular fez, indo buscar os jogadores mais influentes do adversário. Aconteceu com o Marítimo, com o Benfica a contratar o Manduca, sendo que as negociações já tinham começado antes do jogo. Aconteceu com o Setúbal, onde o Benfica foi buscar o Moretto e Fonte e ainda teve a gentileza de dar uma gorjeta aos sadinos depois de Fonte ter rescindido com o Vitória (coitados, estavam a passar fome, ninguém lhes dava nada, porque não lhes dar algo que comer???).

Com a Académica o expediente foi o mesmo: o melhor jogador dos estudantes, quando foi abordado pelo Benfica, deixou, pura e simplesmente de aparecer nos treinos, sem dar nenhuma justificação, esperando que o Benfica avançasse com o negócio (não queria jogar com o futuro clube, sob pena de ainda lhe marcar um golo). Mas o mais caricato nisto tudo foi a forma como o negócio foi feito. O presidente da Académcia acusou os dirigentes do Benfica de não terem sido correctos e manifestou o seu direito à indignação. Mas depois lá teve de ceder o seu melhor jogador ao clube da Luz, por empréstimo, até final da época, com opção de compra do passe do avançado brasileiro, avaliado em 3,5 milhões de euros. Pergunto, desde quando é que um clube que luta para não descer de divisão, empresta o seu melhor jogador e goleador a um clube que luta para otítulo? Não era suposto ser ao contrário??? Isto não cabe na cabeça de niguém.

E eis que surge o Gil Vicente para a jornada seguinte: muda-se de tática e desta vez, como não havia nenhum atleta dos Galos que interessasse aos campeões nacionais, o Benfica empresta dois atletas aos pobres do Gil Vicente até final da época, para eles rodarem e ganharem rítmo competitivo.

De tudo isto impera colocar uma questão, que é a seguinte: Qual o jogador do Sporting que o Benfica vai contratar até 6a feira? Ou qual o jogador do actual plantel lampião é que será cedido aos lagartos para rodar e ganhar ritmo competitivo??? Se as relações entre os clubes fossem outras...!!!

Eles regressaram...afinal estavam aí...

Os opinadores da bola, dos jogos de fim-de-semana, lá arranjaram matéria para esta semana para "mandar vir" com o treinador do FC Porto. Adriaanse teve a ousadia de mudar de guarda-redes, depois de uma actuação menos positiva de Baía no jogo anterior que culminou com a derrota do FC Porto na Amadora com o Estrela por 2-1. E lançou o brasileiro Hélton, jogador que já devia estar a defender as redes azuis e brancas. Mas a maior revolução foi o facto de ter jogador, pela 1ª vez, no início dum jogo oficial com uma tática muito ofensiva, usando um 3-3-4 muito aberto na frente, com apenas três defesas, três médios com características muito ofensivas e dois hmens nas alas, muito encostados ás linhas e dois homens na área da Naval. Ciente do poderio técnico dos jogadores do FC Porto e da superioridade que deviam evidenciar no jogo, pois jogavam em casa com um dos últimos classificados, o treinador holandês usou um sistema que já usara antes mas apenas nas segundas partes de jogos em que o FC Porto foi para a intervalo a perder. E esse risco em outras alturas valeram pontos embora que nem sempre isso tenha acontecido. Não se compreende porque deixou de fora Paulo Assunção e colocou Bosingwa no seu lugar, um jogador que não jogava há muito tempo. Isso também não lhe perdoo mas ele é o treinador e ele sabe o que faz, pois é ele que trabalha com eles quase todos os dias.

Mas o que mais suscitou interesse nos fazedores de opinião foi o facto de Baía ter ficado de fora. Para mim foi uma opção técnica e tanto Helton tanto Baía dão as mesmas garantias para a baliza. O Helton nunca compremeteu nos jogos que fez até então e se Baía não fez tudo o que lhe competia no jogo com o E. Amadora, não vejo porque não troca-lo com o Hleton. Afinal de contas, nesta equipa do FC Porto ninguém tem lugar cativo, como Adriaanse ja deixou bem claro.

Quando Ricardo atravessou um momento menos bom no Sporting e Peseiro deixou-o de fora durante uns jogos, substituindo-o por Nélson, todos aplaudiram a gestão do Peseiro neste caso. Mas o Adriaanse é diferente. Os fazedores de opinião não morrem de amores pelo holandês e, à primeira anomalia ou opção menos feliz, eles apareçam para enterra-lo e reclamar o seu despedimento. E até já fazem futurologia: se o FC Porto não triunfar, a culpa é exclusiva do treinador... Depois não digam que eles não avisaram!!!

A justiça desportiva em Portugal: o cúmulo do ridículo.

O treinador do FC Porto Co Adriaanse foi punido com 15 dias de suspensão pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, depois de, no jogo Naval-FCPorto a contar para a IV eliminatória da Taça de Portugal, ter contestado uma decisão do árbitro, com um simples "é falta". A mesma pena foi aplicada a Álvaro Magalhães, treinador da Naval que no mesmo jogo protestou um possível fora-de-jogo.
No ano passado o mesmo Conselho da FPF já tinha suspenso o então treianador do FC Porto pela mesma razão, ou seja, por ter dito "isto é falta", num jogo para a Taça de Portugal. Em ambos os casos para os treinadores do FC Porto, são marcas que lhes mancham o curriculo construido ao longo dos tempos onde sempre imperou o fair play. Co Adriaanse recebeu por duas vezes um prémio pelo seu fair play em campo na Holanda. Imaginem se eles tivesse dito algo do género" vais precisar de escolta policial para sair do estádio, seu ladráo da m£rd@", tipo Alex Fergusson!!! Também não é preciso ser-se radical mas estas penas não deixam de me preocupar, pelo ridiculo que eles se investem.
Com a proliferação das transmissões dos jogos pela televisão, em muitas situações assistimos a protestos de treinadores sobre decisões dos árbitros, com palavras muito mais ofensivas para com a imagem da classe da arbitragem. Na maior parte dos casos nada se fez.
Parece haver uma cabala levada a cabo pelo Conselho de Disciplina da FPF e pela Comissão Disciplinar da Liga contra o FC Porto. Podem até acusar-me de clubismo nesta visão dramática mas deixo uns dados para consulta antes do julgamento:

• Quando Luís Filipe Vieira foi eleito presidente do Benfica, disse na altura que o mais importante não era contratar jogadores mas sim garantir lugares na Liga de Clubes.
• Na época passada Benni McCarthy foi suspenso em vários jogos por dar cotoveladas nos adversários, alguns deles justos, outros nem por isso. Houve vários casos de jogadores que ficaram magoados por causa de choques com adversários, em que estes, ao saltarem com os braços abertros, acabavam, inadvertidamente, por atingir os adversários. Nada foi feito, nada foi aplicado já que não se tratavam de atletas do FC Porto.
• Há três anos atrás Costinha, ao serviço do FC Porto levou um jogo de castigo por ter feito um jesto indigno de um atleta (depois de marcar um golo, levou as mãos as partes baixas, como que a dizer aos adeptos do Guimarães que o Porto tinha mais tomates). O jogo foi num domingo e na 3ª feira seguinte o atleta foi punido. Um sumaríssimo muito sumário.
• No mes de Novembro, Nuno Gomes, jogador do Benfica, após ter visto o Braga marcar o golo da vitória no jogo com o Benfica, insinuou com um gesto, que os atletas do Sp. Braga estariam dopados. Foi-lhe instaurado um processo disciplinar, a pedido do FC Porto que se considerou parte interessada no caso, que foi concluido 58 dias depois, com o jogador a ser punido com uma multa de 450 euros.
• O jogador Petit no decorrer desta época teve uma entrada sem bola sobre um jogador do V. Guimarães que o lesionou a altura.Foi-lhe instaurado um processo, a pedido do FC Porto, cujo desenlace final foi um jogo de suspensão para o jogador, decisão esta tomada um mês depois do ocorrido (fez-se tudo para que o castigo calhasse na Taça de Portugal).
• Recorda-se que em ambos os casos desta época a Comissão Disciplinar da Liga só agiu a pedido do FC Porto, nunca por decisão própria.

Depois de uma leitura, não me acusem de clubismo...

A justiça desportiva em Portugal precisa imediatamente de ser revista. Mas os senhores da bola estão mais interessados em saber se o Benfica vai ser de novo campeão, se vai ganhar a Liga dos Campeões, se Pinto da Costa vai ser preso no âmbito do processo Apito Dourado, se Nuno Gomes vai continuar com a sua veia goleadora, qual o próximo craque que a dupla Veiga/Vieira vai trazer para a Luz. O resto é conversa de mau perdedor, desculpas esfarrapadas para quem não sabe perder. Digam-me quem são os batoteiros...

Dois pesos e duas medidas...quem são os mafiosos, afinal???

Nuno Gomes foi multado em 450 euros pela Comissão Disciplinar da Liga na sequência da sua alegação ao uso de doping por parte dos jogadores do Braga, aquando do jogo entre o Benfica e o Sporting de Braga, da 19 de Novembro de 2005. Os homens da Liga levaram 58 dias a analisar, minunciosamente as imagens, interrogaram o jogador para lhe perguntar o que queria dizer com aquele gesto (se calhar estava a dizer que ainda havia de marcar um golo com a mão nesta Liga, o que veio a concluir-se). Voltaram a ver as imagens de trás para frente, frente para trás, em movimento lento e decidiram que não havia razões para aplicar jogos de suspensão ao avançado benfiquista.

Há três anos atrás o Costinha, entao ao serviço do FC Porto, depois de marcar um golo, voltou para os adeptos do Guimarães e tocou nas partes baixas, ou seja, nos "tomates". Podia estar a dizer que o FC Porto tinha mais cojones que os de Guimarães, podua estar a coçar na zona (qual gajo que não coça os ditos cujos???) ou podia estar a ser malcriado. Na 3ª feira seguinte jogo, a cmoissão disciplinar da Liga decidiu que aquilo era um gesto atentatório a boma imagem da liga de futebol e aplicou-lhe logo um jogo de suspensão. Já no caso de Nuno Gomes não tiveram a mesma impressão e velocidade de resolução do caso...dois pesos...duas medidas...

Afinal as mulheres conseguem estar 15 minutos sem falar de novelas e de reality shows...

Todos os dias tenho uma rotina: atravessar o rio Tejo de barco desde o Barreiro até o Terrreiro do Paço. São 15 minutos de viagem, feitos com o barco apinhado de gente. E quando assim acontece, temos que ouvir o que não dos diz respeito. Não há como fugir. Como diria Marx, "é uma invitabilidade histórica".

No outro dia, numa das minhas viagens a caminho de Lisboa, tinha atrás de mim três senhoras que em menos de quinze minutos, conseguiram debitar nos meus ouvidos tantos assuntos, que não liguei nenhuma ao sono que àquela hora ainda atacava para, e de "antenas bem sintonizadas" (desliguei i leitor MP3 para não me escapar nada), captar quase tudo. O mais curioso foi o facto de, em momento algum, terem falado de novelas ou de reality shows. Sendo assim debitaram, a velocidade do barco, as seguintes matérias:

1. campanha eleitoral para as presidenciais
2. o que apreciam em cada candidato
3. as sondagens
4. o modo de agir de cada candidato
5. o estado da Nação
6. os telemóveis de terceira geração
7. o futebol
8. a derrota do FC Porto
9. a vitória do Benfica
10. o momento do Sporting
11. os animais de estimação
12. o "passear" de cães
13. o cocó dos cães na rua
14. a falta de civismo das pessoas
15. a educaçã dos filhos
16. os generation gaps
17. e outros assuntos que me escaparam, pois saí antes do lugar antes do barco chegar ao destino.

Fiquei curioso pela capacidade de argumentação de cada uma em cada um dos temas e por não falarem de coisas fúteis ou mais fúteis. Afinal as mulheres podem passar mais de quinze minutos sem falar de novelas e de reality shows.

O mundo em transformação...

Hábitos seculares que durante muitos e muitos séculos foram tidos como a imagem de marca de muitas instituições estão a cair em desuso. E uma das instituições que mais tem sofrido com os "ventos de mudança" é a Igreja. Há cada vez menos gente a frequentar e a participar nas actividades da igreja católica. E para piorar as coisas, há também menos gente a casar pela igreja. A concorrência aperta e a estretégia de marketing seguida pela Instituição Igreja já deu o que tinha para dar neste mundo globalizado. E os concorrentes não lhe dão tréguas. Os últimos a "roubarem" clientes a Igreja são os aeroportos...Pois é...AEROPORTOS.

Na Suécia, terra de loiras altas e "bouas", há um aeroporto que tem sido de local de eleição para muita gente dar o nó. Perto de Estocolomo, no Aeroporto de Arlanda, no ano passado 488 casais se unirem pelo sagrado matrimónio, mais 140 do que no ano anterior. Que vantagens é que há em um "gajo" escolher um aeroporto como local para dizer aos amigos e familiares que acabaram as noites de engate (não quer dizer que ele tenha que ter só uma mulher dali para a frente...estamos em pleno século XXI)? Depois dos comes e dos bebes e dos vivas e das repetir as palavras do padre (como se fosse rspeita-las...ehehehe), vai ao balcão ali a esquina, faz o check in e entra no avião rumo ao Benim ou ao Djibuti para passar a lua-de-mel/fel (podia dizer Canárias, Curaçao, Caraíbas, outros paraísos mas deu-me vontade de escolher alguns países mais pobres do mundo). Há até uma capela no aeroporto que vai facilitando ainda mais as coisas, e também uma sala VIP onde os noivos podem pedir os serviços de catering e o champanhe.

O que davga jeito era fazer um casamento num dos comboios da linha de Sintra em plena hora de ponta.

"Vai dar entrada na linha nº 2 o comboio suburbano com destino a Sintra. O referido comboio efectua parages em todas as estações e apeadeiros do percurso. Pede-se aos Srs passageiros o favor de não usarem as carruagens 3, 4 e 5, a não ser que estejam munidos dos respectivos títulos de transporte (neste caso, convite pa boda)". Isso é que era... A malta da Amadora, Damaia e afins, ao saberem da cena, passariam a VIPs na festa e aquilo acabava em dois tempos... ou adquiria verdadeira animação...

O que dizer???

Os fazedores de opinião estão a braços com a míngua de assuntos para falar sobre o FC Porto. Não fosse o caso "Moretto", muito bem encenado pelo Benfica e o único reforço dos dragões neste Inverno, e os homens da opinião sobre tudo o que mexe e que não mexe estariam condenados ao silêncio, no que toca a matérias sobre os tripeiros.

Mas agora com a chegada do Anderson e a resolução do "caso Moretto", encontrar o que dizer sobre o FC Porto tornou-se numa tarefa penosa. E para piorar a situação os dragões resolveram decretar black out que já vai em mais de um mês e fechar as portas do Centro de Treinos do Olival. Nada de paparazzis. Que azar!!!Ora sendo assim, há que puxar pela imaginação e procurar assunto para deitar conversa fora e encher os jornais. Por exemplo, contratações. Esta é uma época boa para se fazer especulações e colocar nos clubes grandes do futebol português uma enormidade de futebolistas vindos dos quatro cantos do mundo, elogiando-os até a exautão, apelidando-os de craques do mundo da bola que vêm salvar o respectivo clube. São sempre assuntos que lá vão cativando o ingénuo do leitor/adepto.

No caso do FC Porto, consumido quase a exaustão o assunto dos possíveis reforços, as não declarações de Pinto da Costa, as não entrevistas de atletas do clube e com o Olival fechado, fica pouca coisa por dizer e os fazedores de opinião entram em pânico. É claro que nunca irão falar da gestão de Adriaanse a frente da equipa técnica nem da liderança no campeonato. Isso seria dar o dito por não dito. Logo eles que no início crucificaram o holandês, dizendo que ele não era treinador para o FC Porto, que não entendia nada de futebol. Vir agora elogia-lo por estar a frente do líder do campeonato de futebol? Nem pensar!!! O que diriam os leitores?? Se no início criticamos o homem por tudo e por nada, atribuimos as derrotas dos dragões ao pobre coitado, elogia-lo agora iria contra os nossos princípios. E se o desgraçado resolve ganhar o campeonato??? Aí é que estamos bem lixados. Lá vamos ter que dar o dito pelo não dito. Mas os leitores esqueçam-se depressa e em Maio nem se lembrarão do que dissemos em Outubro. E viva a mente plebeia...

Germano Almeida.. inventor de estórias

Estou a ler "A Família Trago" de Germano Almeida. Já tinha lido "O dia das calças roladas", "Os dois irmãos", "A ilha fantástica", "Memórias de um espítiro", " O Mar da laginha" e "O Testamento do Sr Napumoceno", este último adaptado ao cinema, com êxito.

Germano Almeida tem o dom de nos fazer sentir cada vez mais caboverdianos, pela sua escrita, que embala o leitor numa viagem ao mundo do pó e das estórias tantas vezes ouvidas e muitas vezes vividas no meio de canas-de-açúcar, de dunas, a beira-mar, em grutas sagradas, enfim, neste buraco chamado Cabo Verde.

Consagrado como um dos melhores escritores dos PALOP na actualidade (os vários prémios que já recebeu falam pela sua escrita e fama), o autor da Boa Vista tem uma escrita que flua como se fosse um rio em direcção ao mar, que nos cativa e nos prende, que nos faz viver infâncias vivas. A mistura do português com expressões próprias do crioulo- uma espécie de portugês crioulizado- dão um cunho próprio a escrita de Germano. E uma das suas marcas é a abolição do diálogo normal das personagens, ou seja, ao preterir das regras ortográficas, do ponto, paráfrafo, travessão para introdizir um diálogo, passa os diálogos das personagens directamente para a boca no narrador, dando-lhe uma fluência tal que quase não dá tempo ao leitor de fazer uma pausa para respiração. E tem o dom de ter nas hitórias sempre qualquer coisa mais picante, mais hilariante, nunca deixa o sexo de lado, o sexo caboverdianamente encarado (como se em Cabo Verde o sexo fosse diferente... e é...tem qualquer coisa de diferente, de ...caboverdiano).

"A família Trago" não lhe foge a regra. As estórias de Germano Almeida, muitas delas passadas na Boa Vista, sua terra natal, parecem confundir-se com a realidade do autor, com o seu percurso desde crianca até a fase adulta.

Não há na actualidade caboverdiana alguém que lhe faça frente. Germano Almeida é o maior...

Oh João Querido Manha, tu até consegues ser isento se te esforçares um pouco...

Diz João Querido Manha na sua rúbrica semanal no Record Dez que a gestão da dupla Veiga/Vieira no Benfica tem sido genial, ao ponto de desviar jogadores dos grandes adversários( aqui fazia referência ao FC Porto). Nada que me espante, dado o seu benfiquismo e, mais do que isso, o seu anti-portismo e "anti-pinto-da-costismo", passe a expressão bizarra.

Eu gosto de ler as crónicas da Leonor Pinhão, benfiquista assumida que escreve as terça-feiras no jornal A Bola, assim como as do Miguel Sousa Tavares, ele portista ferrenho, porque são, assumidamente, benfiquista e portista respectivamente, logo sabe-se por quem estão a "puxar a corda". Os outros são jornalistas ou fazedores de opinião, benfiqusitas encapuçados, com é o caso do Manha. Se lhe retirarem o FC Porto, Pinto da Costa e Benfica, o homem fica perdido e já não tem assunto para as suas crónicas. Seria o pânico total!!! Não poder falar mal do Pinto da Costa? Não poder descarregar no FC Porto? Não ter a chance de elogiar o Benfica e os seus jogadores/dirigentes?? Eh pá, tirem-lhe a caneta, o computador, o Sol, mas não lhe tirem o seu anti-portismo.

Se te esforçares um pouco, Manha, até que consegues ser isento, nem que seja por um dia...vá lá...tu consegues...és valente...

Um problema chamado Mahmud Ahmadinejad

O Mundo ocidental enfrenta um novo drama, nascido na região perto do Médio Oriente, local de eleição de emergência de conflitos ao longo da história da humanidade. Depois de, há uns anos atrás, o Irão ter pedido ajuda aos EUA para resolver um problema chamado Saddam Hussein e ter encontrado nos Norte-Americanos um aliado de peso para afastar aquele que ameaçava a liberdade e a independência do país, desta vez o "rancho" de Bush e os seus aliados é o inimigo. Tudo isto porque nos últimos anos tem emergido no Irão um homem, da ala mais radical do regime islãmico, cuja ascensão e declarações têm colocado a sociedade civil ocidental sobre alerta máxima.

Depois de eleito, contra todas as expectativas, presidente do Irão, Mahmud Ahmadinejad, proferiu declarações que não foram bem recebdias pelos chefes de estado ocidentais, pelo teor e pela gravidade das mesmas. O líder iraniano escolheu como alvo dos seus ataques o Estado de Israel. A gravidade da situação está nas suas palavras para com Israel. Ahmadinejad colocou em causa o holocausto nazi, manifestou o desejo de ver Israel fora do mapa do Médio Oriente ou que, pura e simplesmente, desaparecesse.

As reacções não tardaram e vieram dos quatro cantos do mundo. O Vice Chanceler alemão Muntefering pediu à ONU e a UE "consequências políticas" para o Irão, partindo da premissa de que "aquilo que é dito pode ser um dia desejado e ralizado". E chegou até a surgir a ideia de a selecção iraniana de futebol ser afastada do Mundial de 2006, proposta prontamente afastada por Joseph Blatter (não se deve misturar política com futebol). E isto porque o Irão reactivou o seu programa nuclear através do enriquecimento de uranio empobrecido e pode a qualquer altura apresentar-se munido de armas nucleares.

Esta medida iraniana está a colocar em sentido a comunidade internacional e o mundo em alerta maxima, a juntar ao problema do terrorismo internacional.

A reacção dos EUA não foi tão firme quanto aquela que se esperava. Quando se tratou de invadir o Iraque e garantir dessa forma, o controle de uma zona rica em petróleo, os EUA nem esperaram pela resolução da ONU: avançaram, com apoio dos seus aliados históricos e derrubaram o regime de Saddam, sob pretexto de haver armas de destruição massissa produzidos pelo "ditador". Não encontraram nada, e mesmo assim fizeram o seu "trabalho": garantiram que o regime a ser colocado no poder fosse aliado dos EUA. Já no caso do Irão, as provas existem e pela voz do seu presidente mas a América não está disposta a entrar em guerra com o Irão neste momento: já lhes basta a frente que abriram no Iraque e da caça a Ben Laden. São dois pesos para duas medidas, o que demostra bem o medo dos EUA face a este novo árabe e anti-israel, muito mais poderoso que o outro.

Esperemos que as palavras de Mahmud não passem disso mesmo: de palavras!!!

Tanta coisa para se dizer!!!...

Prometo, ou melhor, vou tentar escrever nos próximos tempos sobre temas um tanto quanto sensíveis: fala-vos da polémica possível oficialização do crioulo como língua oficial caboverdiana, da descoberta de petróleo nos mares de Cabo Verde, da classe política caboverdiana, da subida de patamar do arquipélago no que toca ao desenvolvimento. São temas que, pela sua sensibilidade e importância, não podem ser aboradas usando apenas do senso comum. São assuntos que merecem uma análise mais cuidada e "científica". No caso do crioulo, uma análise semiológica ou semiótico-cultural, pela sua diversidade, de ilha para ilha. No caso do petróleo, pelas implicações futuras da sua descoberta na região onde Cabo Verde está inserido. No caso do desenvolvimento de Cabo Verde, pelo facto de o desenvolvimento em si implicar muitas coisas, entre elas, o corte nas ajudas externas ao arquipélago e por aquilo que realmente siginifica: as mudanças na estrutura social do nosso país. E por último, a política merece uma análise aqui, mas quero esperar pelos resultados eleitorais para ver as possíveis mudanças na terra de "sodade". Aqui fica a "promessa".