Afinal as mulheres conseguem estar 15 minutos sem falar de novelas e de reality shows...
Todos os dias tenho uma rotina: atravessar o rio Tejo de barco desde o Barreiro até o Terrreiro do Paço. São 15 minutos de viagem, feitos com o barco apinhado de gente. E quando assim acontece, temos que ouvir o que não dos diz respeito. Não há como fugir. Como diria Marx, "é uma invitabilidade histórica".
No outro dia, numa das minhas viagens a caminho de Lisboa, tinha atrás de mim três senhoras que em menos de quinze minutos, conseguiram debitar nos meus ouvidos tantos assuntos, que não liguei nenhuma ao sono que àquela hora ainda atacava para, e de "antenas bem sintonizadas" (desliguei i leitor MP3 para não me escapar nada), captar quase tudo. O mais curioso foi o facto de, em momento algum, terem falado de novelas ou de reality shows. Sendo assim debitaram, a velocidade do barco, as seguintes matérias:
- campanha eleitoral para as presidenciais
- o que apreciam em cada candidato
- as sondagens
- o modo de agir de cada candidato
- o estado da Nação
- os telemóveis de terceira geração
- o futebol
- a derrota do FC Porto
- a vitória do Benfica
- o momento do Sporting
- os animais de estimação
- o "passear" de cães
- o cocó dos cães na rua
- a falta de civismo das pessoas
- a educaçã dos filhos
- os generation gaps
- e outros assuntos que me escaparam, pois saí antes do lugar antes do barco chegar ao destino.
Fiquei curioso pela capacidade de argumentação de cada uma em cada um dos temas e por não falarem de coisas fúteis ou mais fúteis. Afinal as mulheres podem passar mais de quinze minutos sem falar de novelas e de reality shows.
1 comentário:
Beeem! Fico a pensar com que tipo de mulheres anda a conviver para só agora descobrir e surpreender-se com o facto de algumas mulheres (serão só essas que encontrou no barco?) falarem de outras coisas que não novelas e reality shows)...Aliás, isso é puro paleio machista. Sim, aquele velho lugar comum " as mulheres só falam de novelas" igual ao " os homens só falam de futebol".
Curiosamente, este segundo lugar comum sempre foi mais bem aceite, como se se tivesse dicidido, sei lá onde,que levar duas horas a debater aos berros se foi mão na bola ou bola na mão é mais digno do que comentar o beijo do galã na mocinha com a amiga do lado. : ))
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